INFORME DOS FUNDOS NACIONAIS DE CULTURA DE ARTES CÊNICAS

POVO DA CENA, É IMPORTANTE ESTAR POR DENTRO!!!
BJS
ESTER

Para conhecimento dos encaminhamentos dos Fundos por Marcelo Bones - Diretor das Artes Cênicas da FUNARTE

Meus caros,
Faço um relato da semana e de como estão indo as coisas em relação ao lançamento dos Fundos Setoriais: Na quarta feira, 24 de setembro, aconteceu em Brasília a reunião dos Comitês Técnicos de todos os Fundos. O nosso, de Circo, Teatro e Dança, composto por 16 membros, teve presença de quase a totalidade de seus membros (faltou um que não conseguiu chegar). Nesta reunião foram debatidas as diretrizes de cada fundo e também as ações propostas para este ano de 2010 de transição do Fundo Nacional de Cultura. O debate foi maduro e construtivo. Algumas modificações serão feitas mas a essência das propostas serão mantidas.
Na sexta feira, 26 de setembro aconteceu a reunião da Comissão do Fundo Nacional de Cultura também em Brasília. Nesta reunião foram consolidadas todas as ações dos oito fundos setoriais e definido um novo calendário de lançamento. O mais importante, a publicação dos editais, acontecerá entre os dias 27 de setembro e 8 de outubro. Os nossos deverão ser publicados esta semana ainda. Estamos finalizando a consulta à Assessoria Jurídica do MINC e preparando os formulários de inscrição que este ano serão realizadas pela Internet. Avanço importante.
Os valores dos editais e dos conveniamentos estão também na reta final de definição.
As ações e diretrizes que foram apresentadas aos Comitês e a Comissão são as seguintes:
FUNDO SETORIAL DE CIRCO, DANÇA E TEATRO
NOVOS EDITAIS

1. Manutenção de Núcleos Artísticos – Fomento a núcleos artísticos de Circo, Dança e Teatro juridicamente constituídos, que possuam trabalho continuado, através do apoio a projetos com duração de 10 (dez) a 12 (doze) meses, que incluam ações como: criação, apresentação e circulação de números, coreografias e espetáculos (repertório ou inéditos); intercâmbio e residências artísticas; montagem, pesquisa e desenvolvimento de linguagem e novas técnicas; aprimoramento e qualificação artística e técnica dos integrantes; realização de oficinas e cursos; dentre outras atividades.

Diretriz norteadora: Apoiar companhias estáveis que se dediquem à pesquisa de linguagem, com verbas que possibilitem custear não apenas o espaço físico da companhia, mas, principalmente, a dedicação integral dos artistas envolvidos na criação.

2. Produção Artística – Fomento a projetos de montagem e circulação de espetáculos (inéditos ou não) de Circo, Dança e Teatro, que promovam a diversidade temática e estética, propostos por produtoras artísticas juridicamente constituídas.

Diretriz norteadora: Viabilizar montagens de Circo, Dança e Teatro e possibilitar a circulação dessa produção. Distribuir proporcionalmente o apoio pelas regiões, democratizando o acesso à montagem e à circulação do produto em excursões de caráter regional, nacional e internacional.

3. Programação de Espaços Cênicos – Fomento a programação de espaços cênicos juridicamente constituídos, em atividade ou que necessitem de revitalização. O apoio será destinado a projetos com duração de 8 (oito) a 12 (doze) meses, focados na programação de apresentações artísticas, que podem incluir o desenvolvimento de outras ações como: cursos e oficinas, palestras, seminários, conferências, debates, intercâmbio e residências artísticas, entres outras.

Diretriz norteadora: Conferir autonomia financeira para que os espaços cênicos já existentes possam investir na sua revitalização. Possibilitar o aparelhamento ou a modernização destes espaços e dos equipamentos técnicos – som, luz, vídeo, etc. Proporcionar autonomia na escolha da programação artística, através do apoio.

4. Reflexão Crítica de Espetáculos – Fomento a projetos de organização, produção e difusão de críticas sobre espetáculos de Circo, Dança ou Teatro; por meio de ações como: publicação (impressa); criação de conteúdo para sites, blogs e mídias diversas; dentre outras, que poderão ser inéditas, já desenvolvidas, ou estar em processo de elaboração/execução. Os projetos propostos para esta categoria deverão criar veículos e espaços que estimulem a reflexão sobre a cena contemporânea.

Diretriz norteadora: Possibilitar a produção de ensaios, críticas, monografias e teses que reflitam sobre O Circo, a Dança e o Teatro , para publicação em livros, revistas, jornais ou em mídias digitais.

5. Aquisição de Lona Circense e / ou Acessórios – Fomento a projetos que visem a troca de lona circense e/ou aquisição de acessórios, destinado exclusivamente a circos de lona itinerantes ou fixos, escolas ou projetos que utilizam a linguagem circense como instrumento pedagógico para transformação social e construção de cidadania.

Diretriz norteadora: Viabilizar a existência e a itinerância do Circo através da aquisição de novas lonas, de acessórios e de instrumentos utilizados para a cena e para a aprendizagem.

AÇÕES ESTRUTURANTES
1. Prêmio Estímulo à Criação Artística – Fomento a agentes, mestres, artistas, gestores, técnicos e pesquisadores da cultura brasileira, das mais diferentes e diversas expressões culturais, por meio do pagamento de bolsas para a realização de suas atividades culturais e profissionais. Visa a manutenção, registro, preservação, difusão e multiplicação de suas ações e conhecimentos.

Diretriz norteadora: Apoiar a dedicação integral de artistas-pesquisadores de novas linguagens com a aproximação entre as diferentes manifestações artísticas e com a apropriação das novas mídias.

2. Centro de Referência de Circo, Dança e Teatro – Criação e desenvolvimento de um Centro de Referência do Circo, Dança e Teatro com ações voltadas para a qualificação de excelência (como exemplo, residências internacionais), implantação do Programa Funarte de Desenvolvimento do Teatro Circo e Dança para crianças e jovens, ações para propiciar cooperação e circulação internacional, estudos e proposições de políticas públicas para o Circo, Dança e Teatro e Formação técnica. Desenvolverá também ações de aproximação com o ensino formal.

Diretriz norteadora: Possibilitar o intercâmbio com outros países, a troca de experiências de ações integradas de políticas públicas vitoriosas, projetos de circulação através de festivais, mostras e convênios para projetos de qualificação.

3. Mapeamento da Dança – Financiamento e acompanhamento de levantamento de dados e pesquisa sobre a atividade de dança no Brasil. O projeto servirá como um piloto para implementação nas áreas de Circo e Teatro nos próximos anos.

Diretriz norteadora: Contribuir para a geração de indicadores sobre a área da Dança, através da identificação dos dados relacionados ao perfil dos agentes culturais do setor (tais como: indivíduos, grupos artísticos, pesquisadores, produtores, professores, instrutores, instituições, organizações e associações), abrangendo suas dimensões social, econômica e artística.

sobre IRACEMA VOA, por Paulo Faria

Tive a honra de receber as palavras de Paulo Faria sobre o espetáculo Iracema Voa...divido com vcs!
Bjs
Ester

A Memória que avoa em Iracema de Ester

Belém é uma das cidades que mais tem investido na dramaturgia do ator-criador. Prova disso é o singelo e carismático espetáculo “Iracema Voa”, da atriz Ester Sá, que através de bolsa do Instituto de Artes do Pará, desenvolveu um rico material sobre a folclorista e atriz Iracema de Oliveira.
O espetáculo apresenta um relato da atriz Ester que se amalgama a história da personagem Iracema. Vai envolvendo aos poucos o público, que, vai conhecendo a história de uma das pioneiras na arte dramática paraense, que iniciara sua carreira na rádio marajoara, ao lado de Nilza Maria, quando foi dirigida no teatro por Cláudio Barradas, e no cinema, por Líbero Luxardo. E que hoje dedica sua vida aos Pássaros e Quadrilhas Juninas – ofício que desenvolveu ainda na juventude. As coisas se religam no tempo.
A cenografia do espetáculo é muito acertiva e simples. Uma grande colcha de retalhos vai revelando e compondo os cenários e figurinos das histórias narradas pela atriz. Toda a estrutura é como retalhos que vão sendo costurados. Fotos antigas do movimento teatral paraense são distribuídas ao público. Espetáculos, como “Cobra Norato”, “Papagaio”, “A Paixão de Ajuricaba”, “A Casa da Viúva Costa” - participei desta montagem e fiquei curioso para ver se estava ali, mas esta foto não chegou a minha mão. Delícia de viagem.
Outro grande mérito do espetáculo é o de colocar o público para dialogar, seja no manuseio de tais fotos, seja numa genial cena em que a atriz distribui as falas de personagens para o público, numa primeira leitura de um possível ensaio de um pássaro – texto escrito pela irmã de Iracema. Na platéia Cláudio Barradas e Andréia Rezende leram a deliciosa intervenção. Ao disponibilizar o texto para os atores na platéia, Ester recupera e socializa a forma de escrita dos circos ou das formas populares, que só entregavam aos atores as suas falas, seguidas das deixas, sem se ter acesso ao texto como um todo. Lembro quando visitei um circo do Tubinho no interior de São Paulo, onde fomos nos apresentar uma vez. O circo é do sul com tradição dos dramas circenses. Seus textos eram assim produzidos. Cada encadernação dos atores possui somente suas falas e deixas. Divertido.
Ester fez uma costura preciosa e generosa de nossa história. A cada cena uma revelação cativante. Parece que o teatro despetalava perfumes e músicas, despertando grandes emoções. A música é algo muito presente no jogo da atriz. Seja nos cordões populares que aparecem mecanicamente ou em sua bela voz ao vivo. A atriz canta com técnica apurada, buscando eco na forma de cantar do rádio de outrora.
Assisti a peça no Festival de Teatro Territórios, onde Ester ao lado de Nando Lima, é realizadora. A estada em Belém foi deliciosamente aproveitada por mim em cada instante. E Ester veio em minha bagagem. Como aquelas malas antigas e grandes cheias de compartimentos. Minhas memórias organizadas. Lembranças que havia em muito se perdido nos teatros de Belém. Voavam acima das mangueiras. Amigos voltaram. Em meus olhos uma lente de lágrimas refletia a atriz.

Afetuosamente,
Paulo Faria
POSTADO POR PESSOAL DO FAROESTE ÀS 13:57 1 COMENTÁRIOS

de poeta e louco...

As vezes escrevo coisas, nem sei se posso chamar de poesia, são desaguares de palavras...acho melhor chamar assim...


Escrevendo versos?
será que sou poeta?
Caneta
Gato persa
Palavra
Enjoei
Ingredientes, somente
Leitura de mundo
Insone, profundo
Te juro, não sei!

A FUNÂMBULA

Viver é arriscado...traçamos a linha no tempo como uma corda bamba.
A todos que sonham com o risco, dedico o belo filme de Roberto Catani.

Abraços

Ester

RISCOTEATRO

Olá,

Abro hoje este blog para falar, refletir e comunicar sobre arte, processos criativos em teatro e vida.
Quem quiser pode acompanhar!

grande abraço

Ester Sá